Preciso de convidar pra entrar? Não me leve a
mal, durante todas aquelas coisas que vivemos eu achei que você já fosse de
casa, eu estava enganada, novamente eu me enganei. Vivemos em uma
montanha-russa, quando eu penso que está tudo bem, que o destino finalmente foi
bondoso quanto a nós dois, eu me engano e acontece tudo ao contrário.
Sempre fui insistente e olha que se tratando
de você eu tive toda paciência do mundo, mas afinal, só era uma garota que
tinha um poço de esperanças, eu fazia de tudo pra salvar o pouco que tínhamos.
E você o que fazia? Ah, continuava vivendo sua vidinha tediante, cumprindo suas
rotinas e conquistando o mundo por ai com esse sorriso e a forma inteligente de
pensar. E sobre a gente? Você nem tinha tempo pra pensar nisso e diria que é
consequência da vida adulta.
E talvez fosse, eu acreditei por muito tempo
que fosse, mas você não movia uma palha por mim, pelo que eu sentia, por nós. E
porque eu movia mesmo? Deve ser porque te amava, mas hoje faço como você: Vivo
minha vida, cumpro minhas obrigações, faço o que me deixa feliz e nem sobra
tempo pra se lamentar e sentir saudades, muito menos pra espalhar desse amor.
Não que eu não sinta mais nada, ainda restou
um grande carinho, até porque você ocupou o melhor e mais bonito espaço que
alguém já teve em minha vida, e eu pedia que desse certo, que fosse diferente,
mas foi você que preferiu que fosse desse jeito. E quando nos esbarramos em
alguma esquina por ai, eu nem lembro mais que um dia você foi meu grande amor,
o único talvez. Ainda bem.